segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Resumo do capítulo 6 – Interação entre aprendizagem e desenvolvimento – do livro “A formação social da mente” de Vigotski

Interação entre aprendizagem e desenvolvimento - Vigotski

 
O que cada teoria fala sobre a interação entre o desenvolvimento e a aprendizagem

A primeira posição teórica
A primeira posição teórica defende que a aprendizagem e o desenvolvimento são processos independentes. Piaget adota esta posição teórica, e procura obter as tendências do pensamento das crianças na forma “pura”, completamente independente do aprendizado, quando faz-lhe uma pergunta que está além do alcance de suas habilidades intelectuais. Eliminando, desta forma, a influência da experiência e do conhecimento prévios.
Binet, de forma similar, admite em seus trabalhos que o desenvolvimento é sempre um pré-requisito para o aprendizado. Excluindo a noção de que o aprendizado pode ter um papel no curso do desenvolvimento ou maturação daquelas funções ativadas durante o próprio processo de aprendizagem.

A segunda posição teórica
A segunda posição teórica defende que aprendizagem é desenvolvimento. Este conceito é a essência para a teoria que se baseia nos reflexos, em que o desenvolvimento é visto como o domínio dos reflexos condicionados, não importando se o que se considera é o ler, o escrever ou a aritmética, isto é, o processo de aprendizado está completa e inseparavelmente misturado com o processo de desenvolvimento.
Tem em comum com as teorias do tipo de Piaget que, em ambas o desenvolvimento é concebido como elaboração e substituição de respostas inatas. E como diferença entre seus pressupostos, a temporalidade entre os processos de aprendizagem e desenvolvimento. O primeiro ponto de vista defende que os ciclos de desenvolvimento precedem os ciclos de aprendizado; a maturação precede o aprendizado e a instrução deve seguir o crescimento mental. O segundo ponto de vista defende que os dois processos ocorrem simultaneamente, aprendizado e desenvolvimento coincidem em todos os pontos.

A terceira posição teórica
A terceira posição teórica é uma combinação entre a primeira e a segunda posição teórica.  Koffka adota esta posição teórica, e defende que o desenvolvimento se baseia em dois processos diferentes, embora relacionados, em que um influencia o outro – de um lado a maturação, que depende do desenvolvimento do sistema nervoso; de outro lado o aprendizado, que é um processo de desenvolvimento. Para Koffka o processo de maturação prepara e torna possível um processo específico de aprendizado. O processo de aprendizado, então, estimula e empurra para frente o processo de maturação.
De acordo com Thorndike os teóricos em psicologia e educação acreditam que toda aquisição de uma resposta em particular aumenta diretamente e em igual medida a capacidade global. Assim, a mente é vista como um conjunto de capacidades, e a melhora em qualquer capacidade específica, resulta numa melhora geral de todas as capacidades. Thorndike se opôs a esse ponto de vista, pois para ele o desenvolvimento de uma capacidade específica raramente significa o desenvolvimento de outras. Assim, a mente não é uma rede complexa de capacidades gerais como observação, atenção, memória, etc., mas um conjunto de capacidades específicas, cada uma das quais, independem umas das outras,  se desenvolvendo independentemente.

Qual a crítica feita por Vigotski sobre essas teorias

Para Vigotski o aprendizado e o desenvolvimento não coincidem, o aprendizado leva ao desenvolvimento. Pois ao dar um passo no aprendizado, a criança dá dois no desenvolvimento.

Qual a teoria apresentada por Vigotski

Para Vigotski o aprendizado começa muito antes de a criança freqüentar a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. O aprendizado escolar além de ser sistematizado, produz algo novo no desenvolvimento da criança, que está relacionado à zona de desenvolvimento proximal. O aprendizado deve ser combinado de alguma maneira com o nível de desenvolvimento da criança.  Para se entender as relações reais entre o processo de desenvolvimento e a capacidade de aprendizado, têm-se que determinar dois níveis de desenvolvimento:
Nível de desenvolvimento real, isto é, o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança que se estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados.
Nos estudos do desenvolvimento mental das crianças, geralmente admite-se que só é indicativo da capacidade mental das crianças aquilo que elas conseguem fazer por si mesmas. Se por pouco a criança não é capaz de resolver o problema sozinha, a solução não é vista como um indicativo de seu desenvolvimento mental.
A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
O nível de desenvolvimento real de uma criança define funções que já amadureceram, ou seja, os produtos finais do desenvolvimento. E a zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário.
Aquilo que é a zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã.
A psicologia animal trata da questão da imitação como ferramenta para resolver problemas. Porém os primatas não podem ser ensinados (no sentido humano da palavra) através da imitação.
Resumindo, os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizado, ou melhor, o processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta  e atrás do processo de aprendizado; desta seqüência resultam, então as zonas de desenvolvimento proximal. E embora o aprendizado esteja diretamente relacionado ao curso do desenvolvimento da criança, os dois nunca são realizados em igual medida ou em paralelo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Resumo do capítulo 11 do livro "A pré-história da mente" de Steve Mithen


 O autor Steve Mithen, arqueólogo especialista em arqueologia cognitiva, autor da obra “Depois do gelo”, apresenta no capítulo onze do livro “A pré-história da mente – Uma busca das origens da arte, da religião e da ciência”, como assunto principal a evolução humana com foco na evolução da mente e suas respectivas conseqüências para o desenvolvimento das capacidades intelectuais, no que diz respeito às manifestações primitivas de cultura, religião e ciência. Este capítulo enfoca ainda a mudança da mente do tipo canivete suíço para uma mente com fluidez cognitiva.
Os plesiadapiformes eram um grupo chamado de “primatas arcaicos”, porque não tinha-se a certeza de que eram primatas realmente. Tinham um tipo de mente, ou melhor, um padrão de comportamento, controlado por mecanismos genéticos e não pelo aprendizado. Possuíam a mente do tipo canivete suíço, com conhecimento muito especializado sobre padrões de comportamento. Esse grupo foi o pioneiro no desenvolvimento de um cérebro relativamente grande em comparação ao esperado, pelo tamanho de seu corpo. Com a queda na abundância deste grupo, surgiram dois novos grupos: omomiidas e adapidas. Estes foram chamados inicialmente de “primatas modernos”, pois a pressão seletiva fez com que regras simples de aprendizado facilitassem sua sobrevivência, e ainda possuíam uma inteligência social especializada.

Figura 1: "primatas arcaicos".


Figura 2: "primatas modernos".

Aconteceu assim, a mudança de mentalidade arcaica, em que o comportamento era uma resposta aos estímulos, para generalizada, onde tinha-se o aprendizado pela experiência. Isto exigiu um cérebro que processasse as informações necessárias para análises simples das estratégias comportamentais, e desta forma uma aquisição de conhecimento pelo aprendizado associativo.
Os Aegyptopithecus tinham o domínio da inteligência geral mais potente e o poder de processamento de informações aumentado. E ainda, o domínio da inteligência social era mais evoluído, graças à vantagem reprodutiva conferida aos seus portadores. O período em que indivíduos espertos escolhiam uma inteligência ainda maior nos seus companheiros (ato chamado de “pressão em espiral”) caracteriza a evolução do cérebro. Neste período a evolução se deparou com a necessidade maior de energia para suprir um cérebro maior e mantê-lo em temperatura adequada, o que ocasionou o término do processo de “pressão em espiral”.

Figura 3: Aegyptopithecus.

A bipedia e consumo maior de carne foram dois avanços comportamentais importantes. O estresse térmico e os custos energéticos com a locomoção ocasionaram o bipedismo. O bipedismo levou o cérebro a gerenciar o controle muscular da postura e da locomoção, ocasionando uma maior expansão cerebral, além de facilitar as interações sociais cara a cara, a comunicação por expressões faciais, à rapinagem e deixou as mãos “livres”, aumentando a sua destreza na confecção e transporte de instrumentos. A bipedia, o nicho da rapinagem, a disponibilidade de matérias-primas e a competição com outros carnívoros, foram as condições que permitiram a seleção de maiores habilidades intelectuais associadas à fabricação de instrumentos e a atividades naturalistas.

Figura 4: Homem com a caça.

A evolução da linguagem, inicialmente para comunicar apenas informações sociais, foi favorecida pela bipedia, mudanças na respiração, diminuição do tamanho dos dentes, modificação da geometria das mandíbulas e desenvolvimento da musculatura do controle de movimentos finos da língua. Assim, houve uma segunda expansão cerebral influenciada por um amplo léxico e uma série de regras gramaticais. A linguagem, inicialmente, transmitia pequenas informações não sociais à mente. Posteriormente, adquiriu caráter geral, e a consciência passou a gerenciar um banco de dados mental com informações de todos os domínios do comportamento.

Figura 5: Modificação da geometria das mandíbulas.

A ciência tem como propriedade a criação e teste de hipóteses, o desenvolvimento e uso de ferramentas para resolver problemas e o uso de metáforas. Os humanos arcaicos utilizavam as duas primeiras, porém a ultima não, por falta de fluidez cognitiva. Assim a ciência começou no período arcaico.
As vantagens seletivas durante a evolução da mente oscilaram entre uma inteligência especializada e uma inteligência generalizada. Os chimpanzés e os caçadores-coletores possuem uma correspondência entre suas tecnologias e tarefas de subsistência. Mas a arquitetura cognitiva dessas duas mentes é diferente, a mente humana não foi fruto simplesmente de um aperfeiçoamento da mente dos chimpanzés, mas fruto de uma evolução ocasionada pelas pressões seletivas que ocorreu em etapas, pois um sistema complexo acontece pela alternância entre sistemas especializados e generalizados. Desta forma, a mente humana não é uma criação do sobrenatural, mas um produto da evolução.

Figura 6: Oscilação entre a inteligência especializada e a inteligência generalizada.


Obs.: Eu recomendo a leitura deste livro, pois ele é muito interessante.

terça-feira, 8 de maio de 2012


  O Desenvolvimento Para a Psicanálise

  Primeira fase: Fase Oral

            Uma importante parte da teoria freudiana é dedicada ao desenvolvimento da personalidade. Freud foi o primeiro a afirmar que os primeiros anos de vida são os mais importantes para o desenvolvimento do indivíduo e que se dá em fases ou estádios psico-sexuais.
            Freud descreve algumas fases distintas, pelas quais a criança passa em seu desenvolvimento. Cada uma dessas fases é definida pela região do corpo a que as pulsões se direcionam. Em cada fase surgem novas necessidades que exigem ser satisfeitas; a maneira como essas necessidades são satisfeitas determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos ela tem para consigo mesma.

Fase Oral :
  •   Zona erógena: boca              
  •  Instâncias: Id e Ego
  •  Conflito: desmame 

            A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o nascimento até aproximadamente um ano de vida.
Na fase oral, ou fase da libido oral, o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca, na ingestão de alimentos e o seio materno, os objetos do prazer é a mamadeira, a chupeta, os dedos. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação ou frustração pela boca.


            A percepção da criança, nos primeiros meses após o nascimento, é de totalidade, não distinguindo ainda o “eu” do “não eu”. Se o seio (ou substituto) for satisfatório ou seja, se a necessidade for satisfeita, a imagem de aceitação será introjetada, e as expectativas futuras do mundo, serão otimistas, e o seu oposto irá gerar uma frustração, pois, suas necessidades não foram satisfeitas, como consequência a insegurança e desconfiança.O processo de separação dá-se junto com o final da amamentação. Quando a mãe começa a substituir o peito, criança e mãe sentem muito. Neste momento o bebê vivencia muito ódio, frustração, raiva, angústia, dor, ansiedade, impotência . Já uma excessiva satisfação pode levar, através de uma fixação, nessa fase, há dificuldades de aceitar novos objetos como fonte de prazer em fases posteriores, aumentando assim a probabilidade de uma regressão.

Tipos de Personalidade
Aqueles que se detém em seu desenvolvimento emocional, e por algum motivo se fixam em qualquer uma das fases transitórias (Freud. 1908), constituem tipos e subtipos de personalidade nomeados segundo a fase correspondente de fixação.
            A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. O tipo que se detém na fase oral é o Oral receptivo, fase que até então a criança se encontra, pessoa dependente - espera que tudo lhe seja dado sem qualquer reciprocidade; com os primeiros dentes a criança passa a uma fase Oral sadístico, através da possibilidade de morder, o que se decide a empregar a força e a astúcia para conseguir o que deseja. Explorador e agressivo não esperam que alguém lhe dê voluntariamente qualquer coisa.
         A fase oral apresenta, assim, cinco modos de funcionamento que podem se desenvolver em características da personalidade adulta:
1.    O incorporar do alimento se mostra no adulto como um "incorporar" de saber ou poder, ou ainda como a capacidade de se identificar com outras pessoas ou de se integrar em grupos;
2.    O segurar o seio, não querendo se separar dele, se mostram posteriormente como persistência e perseverança ou ainda como decisão;
3.    Morder é o protótipo da destrutividade, assim do sarcasmo, cinismo e tirania;
4.    Cuspir se transforma em rejeição
5.    O fechar a boca, impedindo a alimentação, conduz a rejeição, negatividade ou introversão.
            O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho.


Desenvolvimento psicossexual - SEXUALIDADE INFANTIL

    A teoria freudiana do desenvolvimento psicossexual é uma das mais conhecidas, mas também uma das mais controversas. Freud acreditava que a personalidade se desenvolve através de uma série de estágios da infância, durante o qual as energias da busca do prazer da ID (que representa os processos primitivos de pensamento e constitui o reservatório do impulso energético interno que direciona o comportamento) ficam focados em determinadas áreas erógenas. Esta energia psicossexual ou libido (unidades sexuais ou instintos), foi descrita como a força motriz por trás do comportamento.   
     Freud afirmou que todos os seres humanos nascem com certos instintos, ou seja, com uma tendência natural para satisfazer suas necessidades determinadas biologicamente como comida, abrigo e calor. A satisfação dessas necessidades é ao mesmo tempo prática e uma fonte de prazer que Freud se refere como "sexual".  


    A descoberta da sexualidade infantil levou Freud a modificar as suas noções, distinguindo genital de sexual. A sexualidade não se limita ao ato sexual entre duas pessoas: a sexualidade era toda a atividade pulsional que tende a uma satisfação. 

    O desenvolvimento da personalidade é explicado por Freud pela evolução da forma como a pessoa procura obter prazer – a sexualidade – que na infância (sexualidade infantil) é sobretudo auto-erótica (dirigida a si mesma), e só a partir da adolescência passa a ser essencialmente voltada para os outros.
             As fases do desenvolvimento psicossexual são: fase oral (área erógena é a boca), fase anal (área erógena é o ânus), fase fálica (área erógena são os órgãos genitais), fase de latência (área erógena é o mundo físico e social) e fase genital (área erógena são os órgãos genitais). Na tabela abaixo tem-se as características de cada fase.            


Tabela: Fases do desenvolvimento propostas por Freud. 

    Cada uma das fases psicossexuais está associada com um conflito particular que deve ser resolvido para que  o  indivíduo possa avançar com sucesso para a fase seguinte. A resolução de cada um desses conflitos requer o gasto de energia sexual e quanto mais energia é gasta em um determinado estágio, mais importantes características dessa fase permanecem com o indivíduo quando ele amadurece psicologicamente 
      Uma criança em um determinado estágio de desenvolvimento tem certas necessidades e demandas, tais como a necessidade de o bebê mamar. A frustração ocorre quando essas necessidades não são satisfeitas.                                                                                             
      Na fase oral a zona de prazer, pela qual as crianças obtêm satisfação, é a boca. Através da boca a criança vai tendo seu primeiro contato com o mundo. Como exemplo dessa exploração do mundo temos o comportamento que algumas crianças apresentam de  costumam morder seus coleguinhas. Esse comportamento faz parte desta fase, através da mordida a criança percebe a reação de seu colega e é estimulada. 


    Se esses estágios psicossexuais são concluídas com êxito, o resultado é uma personalidade saudável. Se alguns problemas não são resolvidos na fase adequada, a fixação pode ocorrer. A fixação é um foco persistente em um estágio anterior psicossexual. Até este conflito for resolvido, o indivíduo vai permanecer "preso" nesta fase. Por exemplo, uma pessoa que está fixado na fase oral pode ser excessivamente dependente dos outros e pode buscar estimulação oral através de fumar, beber ou comer. 

            

terça-feira, 1 de maio de 2012

O Behaviorismo

    O Behavorismo vem do termo inglês behavior que significa “comportamento”. Surgiu no começo do séc. XX em 1912 e foi proposto pelo americano John B. Watson. O behaviorismo tinha a proposta de fazer com que a Psicologia fosse inserida e reconhecida como ciência. Com isso, Watson postulou como objeto de estudo da Psicologia o comportamento, este, era o objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Construindo então, uma Psicologia livre de pesquisas de processos mentalistas e de métodos subjetivos. O behaviorismo então estuda as interações entre o indivíduo e o ambiente, entre o indivíduo (respostas) e o ambiente (estímulos). Certos estímulos levavam o indivíduo a dar certas respostas, isto porque os indivíduos se ajustam ao ambiente. O comportamento que foi explorado por ele foi o comportamento respondente ou reflexo são involuntários (interação ambiente-indivíduo incondicionadas, ou seja, o ambiente provoca certas respostas do indivíduo que independem de “aprendizagem”, o estímulo provoca uma resposta que é a reação fisiológica no organismo).

As lágrimas ao cortar a cebola é um exemplo de comportamento respondente.

               Depois de Watson o mais importante dos behavioristas é Burrhus F. Skinner, ele criou a linha de estudo conhecida por Behaviorismo Radical, termo criado para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento por meio da análise experimental do comportamento. O desenvolvimento de seu trabalho levou-o a teoria do comportamento operante, que seria outro tipo de relação do ambiente- indivíduo. O estudo do comportamento operante começou pelo comportamento respondente. O comportamento operante refere-se à interação indivíduo-ambiente condicionada, ou seja, depende de aprendizagem, onde a resposta do indivíduo produz uma alteração ambiental que como conseqüência, retroage sobre o indivíduo, essa conseqüência vai ser reforçadora ou punitiva, afetando sua probabilidade de recorrer novamente.
       Para verificar como as variações no ambiente interferiam nos comportamentos, Skinner utilizou ratos, estes foram colocados na “caixa de Skinner” na qual se encontrava apenas uma barra, o rato pressionou por acaso a barra onde obteve uma gota de água quando sentia sede, constatou-se que, em situação semelhante, o rato a pressionasse novamente. Na experiência com ratos ele constatou que no comportamento a resposta leva ao estímulo reforçador. Ele concluiu que o processo de aprendizagem do comportamento inicia-se na satisfação de alguma necessidade- na relação entre uma ação e seu efeito.

O ratinho por acaso pressiona a barra e recebe a gota d`água. Inicia-se o processo  de  aprendizagem.

               As ações são mantidas ou não pelas conseqüências que produzem no meio. As consequências punidoras inibem o comportamento (diminui sua probabilidade de ocorrência), já as reforçadoras: positivas ou negativas estimulam o comportamento (aumenta sua probabilidade de ocorrência), o positivo oferece algo ao indivíduo, enquanto o negativo retira algo indesejável do indivíduo. Voltando à “caixa de Skinner” se o rato for colocado na caixa, recebendo choques no assoalho, em várias tentativas de evitar esse choque ele chega à barra ao pressioná-las acidentalmente os choques cessam, esse reforço será negativo devido à pressão à barra obteve-se a retirada de um estímulo aversivo ou indesejável.

                            O ratinho acidentalmente pressiona, este será um reforço negativo.

               No reforço negativo temos a esquiva e a fuga, ambos reduzem ou evitam os estímulos aversivos, mas em processos diferentes. No processo de esquiva os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo, prevendo a ocorrência e que nos possibilita evitar ou reduzir a magnitude do segundo estímulo.  No processo de fuga, o comportamento reforçado termina com um aversivo incondicionado já em andamento.
O som do motorzinho do dentista precede a dor no dente. Desviar o rosto é esquivar-se dela.

               A extinção é um processo no qual uma resposta deixa de ser reforçada, ela diminuirá de freqüência ou até mesmo deixará de ser emitida, isso dependerá do valor e do reforço envolvido. A punição é um procedimento no qual reduz a freqüência de certas respostas, mas a punição não foi muito aceita entre alguns autores, o que levou a adotar procedimentos de comportamentos desejáveis. O controle de estímulos consiste quando a forma de resposta ou a sua freqüência é diferente sob estímulos diferentes.
  
               O Behaviorismo metodológico consiste na teoria explicativa do comportamento 
publicamente observável da Psicologia. Assim, o behaviorismo metodológico acredita na existência
 da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento. Seus postulados foram 
formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson. O behaviorismo radical 
constitui-se numa interpretação filosófica de dados obtidos através da investigação 
sistemática do comportamento. Esta teoria foi cunhada por B. F. Skinner. O 
behaviorismo filosófico fundamentada principalmente nos estudos de Wittgenstein e Ryle defende
 que a concepção de estado mental ou disposição mental é, na realidade, a concepção de 
disposição comportamental ou tendências comportamentais.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Psicanálise

Pai da Psicanálise


Fundada por Sigmund Freud (1856-1939) a Psicanálise é a ciência do inconsciente. Método de investigação, que consiste em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias ( sonhos, fantasias, delírios ) de um jeito.




Freud comparava a mente a uma montanha de gelo flutuante, a parte que se vê na superfície representa a região da consciência - enquanto que a parte submersa representa a região do inconsciente.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Influência da fisiologia na psicologia pré- científica

A fisiologia influenciou a psicologia devido às diferenças e características individuais do ser humano sobre as quais não se tem controle e devido à subjetividade da percepção que influenciava na percepção da pessoa com a natureza do objeto. Com isso, os cientistas despertaram interesse em estudar e pesquisar os processos psicológicos e o comportamento através dos estudos dos órgãos dos sentidos. Os comportamentos são todas as atividades que podem ser observadas e que são acessíveis aos nossos sentidos ex: movimentos e mudanças no tempo e espaço. Os processos psicológicos são todas as atividades que não podem ser observadas: Ex: sensações e percepções.
Essa pesquisa fisiológica foi um produto do final do séc. XIX que influenciou a psicologia. A partir daí a psicologia vai ter outra lógica, surgindo uma nova psicologia. A psicologia então surge como uma disciplina científica que estuda os comportamentos e os processos psicológicos. 
A partir do estudo do comportamento e dos processos psicológicos, alguns médicos, fisiologistas e professores desenvolveram pesquisas, médotos e teorias acerca da estrutura do sistema nervoso e da natureza da atividade neural como:  Johanes Muller, Marshall Hall, Pierre Flourens, Paul Broca, Gustv Fritsch e Eduard Hitzing, estes,  estavam definindo as estruturas e as funções dos sentidos.
 Então a psicologia pré- científica consiste no conjunto de teorias que não foram submetidas à experimentação impírica.
 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Psicologia Pré-científica-(Especulações)

  Antes da psicologia ser considerada uma ciência, tinhamos a psicologia pré-científica (até 1879). Nesta época a psicologia era apenas um conjunto de teorias resultantes de especulações não submetidas a testes empírico (em que apoia-se na experiência e na observação, e não em uma teoria).


 

   As duas razões principais para que a psicologia ser considerada uma ciência recentemente, foram:
  •   O caráter espiritual, sagrado, fora do alcance da ação ou do conhecimento, impediu o aparecimento da psicologia como ciência experimental (que exige controle, observação e observação experimental).

  •  A complexidade do ser humano e do seu comportamento (exigiram grande perfeição dos métodos científicos antes de serem aplicados ao homem).

  A psicologia pré-científica é aquela que começa quando surge a psicologia, e essa psicologia estava diretamente ligada à psicologia, e termina com a sua passagem para a psicologia científica (a partir de 1879), em que a psicologia passou a ser considerada como uma ciência, sendo submetidatestes que valorizavam a experimentação e a observação.   

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Psicologia na visão filosófica.....

    Sócrates, Platão e Aristóteles deram o pontapé inicial na instigante investigação da alma humana.
    Para Sócrates a principal característica do ser humano era a razão – aspecto que permitiria ao homem deixar de ser um animal irracional.

    Para Platão a razão estava diretamente relacionada a alma. Pra ele o lugar da razão, e portanto o lugar da alma, era na cabeça, e a medula era o elo de ligação entre a alma e o corpo. Para ele, quando as pessoas morriam a matéria desaparecia e a alma ficava livre para abtar em outro corpo. Portanto Platão acreditava em reencarnação.


   Para Aristóteles a alma e o corpo não podem ser dissociados, pois a alma seria todo princípio ativo de vida. Assim, os vegetais teriam alma vegetativa, que seria responsável pela alimentação e reprodução; os animais teriam a alma vegetativa e sensitiva, que seria responsável percepção e pelo movimento; já o homem teria alma vegetativa, alma animal e alma racional, que tem a função pensante.


   A pergunta que nós deixamos é: será que nós seres humanos, estamos agindo como seres que possuem esses três tipos de alma, ou estamos esquecendo, em muitas ocasiões, da alma racional ?

O que é a psicologia?

    A palavra psicologia significa estudo da alma. Pode-se dizer que é a ciência que estuda o "não material" do indivíduo. Ou seja, sua mente, razão, instintos, desejos, emoções, comportamentos e seus conflitos nas relações com os outros e consigo mesmo.


   No seu surgimento a psicologia estava muito difundida à filosofia, tinha por preocupação embrionária o homem enquanto um ser possuidor de “algo” além de seu corpo material e sensorial. Com o passar do tempo as transformações sofridas pelo significado da alma, através da própria evolução do pensamento da humanidade, trouxe um novo olhar para a psicologia.